França: A ARTIGO 19 condena o ataque à sede do jornal Charlie Hebdo

França: A ARTIGO 19 condena o ataque à sede do jornal Charlie Hebdo - Protection

Após o atentado contra a sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo, hoje em Paris, que resultou na morte de vários jornalistas e policiais, a ARTIGO 19 condenou enfaticamente esse ato de violência.

“O ataque ao jornal Charlie Hebdo em Paris é um ato covarde, deplorável e maldoso, que deve ser condenado universalmente,” afirmou Thomas Hughes, diretor executivo da ARTIGO 19.

“Trata-se de uma tentativa de silenciar jornalistas e profissionais da imprensa que se dedicam a proteger a liberdade de expressão, defendendo o princípio de que a liberdade de satirizar e afrontar é essencial a qualquer sociedade. Esse crime não foi cometido apenas contra essas pessoas corajosas, mas contra a própria liberdade de expressão. Externamos nossas sinceras condolências às vítimas e suas famílias.”

Atualização

O atentado contra a sede do semanário francês Charlie Hebdo, no dia 7 de janeiro de 2015 em Paris, resultou na morte de pelo menos 10 jornalistas e dois policiais, e deixou várias pessoas gravemente feridas. Segundo informações, o local estava sob proteção policial.

Ataques contra jornalistas e profissionais da imprensa constituem a forma máxima de censura e têm o poder de prejudicar seriamente a livre circulação de informações e de ideias numa sociedade. O direito à liberdade de expressão inclui o direito de compartilhar informações e ideias de todos os tipos, inclusive aquelas que algumas pessoas possam considerar ofensivas ou depreciativas de crenças ou religiões. Tais críticas jamais justificam qualquer forma de censura ou de violência.

Todos os ataques com intenção de silenciar a liberdade de expressão devem ser investigados e processados com rapidez, independência e eficácia a fim de levar à Justiça seus perpetradores e incitadores. Em junho de 2012, especialistas internacionais em liberdade de expressão demandaram que os Estados reconheçam uma categoria de crimes contra a liberdade de expressão, seja de forma específica ou como circunstância agravante para aumentar as punições desses crimes. O direito internacional também requer que os Estados impeçam os ataques contra jornalistas, inclusive provendo proteção efetiva a pessoas em risco de sofrer violência devido ao que expressam.

A redação do semanário Charlie Hebdo já havia sido alvo de vários atentados anteriores, inclusive de um ataque com bomba incendiária em 2011.

Em 2012, a ARTIGO 19 defendeu o direito à liberdade de expressão do Charlie Hebdo depois que o jornal publicou charges do profeta Maomé, assim como defendeu os direitos de quem protestou de modo pacífico contra as charges.