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Para que as mulheres possam exercer seu direito à liberdade de expressão, elas precisam de oportunidades iguais para compartilhar ideias e opiniões (seja on-line ou off-line), sem censura ou medo de retaliação, pois esses fatores podem tirá-las do debate público.

Muitas vezes, as propostas para aumentar a segurança das jornalistas seguem uma abordagem única. Ainda assim, a ARTIGO 19 identificou que as jornalistas mulheres enfrentam riscos exclusivamente ligados ao gênero – que variam de assédio no local de trabalho a ameaças on-line de estupro e ataques físicos. As perspectivas do gênero são fundamentais para compreender e reduzir esses riscos.

Jornalistas mulheres não são um grupo monolítico. Os riscos e abusos que elas enfrentam variam dependendo de sua raça, nacionalidade, orientação sexual, religião e outras características. Aquelas que já enfrentam uma ou outra forma de opressão geralmente enfrentam riscos maiores e abusos piores.

Tal abordagem precisa ser capaz de atender à vida cotidiana das mulheres, em toda a diversidade delas. Além disso, essa visão nos permite aprender com a criatividade e a resiliência das mulheres diante de desigualdades estruturais.

É necessária uma abordagem feminista interseccional – que leve em conta essas formas cruzadas de opressão – para aumentar a segurança de todas as jornalistas mulheres, em todo lugar.

O novo projeto da ARTIGO 19, Igualmente seguras: por uma abordagem feminista da segurança de jornalistas mulheres, oferece novas pesquisas, estudos de caso de 6 países, diretrizes práticas e ferramentas de apoio à causa. Esses materiais ajudarão a sociedade civil, jornalistas, pesquisadores e os responsáveis pela elaboração de políticas a aplicar uma abordagem feminista interseccional em seu trabalho.

Os fatos

Entre 50% e 66% das jornalistas mulheres já sofreram assédio e abuso por questões de gênero – e as mulheres de grupos marginalizados são os alvos mais frequentes.

Os responsáveis por esses ataques e discriminações são múltiplos, variados (incluindo membros de governos, fontes de informações, colegas e familiares) e raramente são responsabilizados.

Uma abordagem feminista interseccional é necessária para aumentar a segurança de todas as jornalistas mulheres, inclusive aquelas que enfrentam múltiplas formas de discriminação.

Em todo o mundo, como nossa nova pesquisa mostra, as jornalistas mulheres estão desenvolvendo soluções que funcionam para elas e com as quais podemos aprender para, em seguida, replicar.

Resources

Nova pesquisa global: nossa nova pesquisa explora como poderia ser uma abordagem feminista à segurança de jornalistas, com exemplos práticos e recomendações para uma mudança positiva.

Leia o relatório

Estudos de caso: estudos de caso de 6 países (Brasil, Chile, Paraguai, Bangladesh, Nepal e Sri Lanka) demonstrando soluções criativas, elaboradas por e para jornalistas mulheres, para enfrentar as ameaças que elas sofrem. 

Leia estudos de caso

Diretrizes interseccionais de gênero: diretrizes práticas para ajudar a sociedade civil a adotar uma abordagem interseccional de gênero na luta pela segurança de jornalistas.

Leia as diretrizes

Ferramentas fáceis de usar em apoio à causa: simplifique seu apoio à causa usando os #JournoSafe AdvoSheets: uma série de guias de referência rápida que tratam das obrigações dos Estados internacionais de proteger jornalistas.

Leia os #AdvoSheets

Central de recursos #JournoSafe: um recurso destinado a apoiadores da causa da segurança de jornalistas, reunindo em um só lugar normas, pesquisas, manuais e diretrizes internacionais de direitos humanos.

Visite a central

Recomendações

As vozes, experiências, necessidades e os Direitos Humanos de todas as mulheres devem estar no centro das ações adotadas por agentes públicos e privados para proteger as jornalistas.

Todas as medidas em prol da segurança de jornalistas devem partir do pressuposto de que o direito das mulheres à liberdade de expressão é fundamental para dar fim à discriminação estrutural, à desigualdade histórica e às relações desiguais de poder. A discriminação e a desigualdade aumentam os riscos que as mulheres enfrentam ao desempenhar atividades jornalísticas.

Todas as partes interessadas na segurança de jornalistas devem reavaliar as perspectivas através das quais analisam a segurança de jornalistas; isso quer dizer que é necessário repensar as perspectivas usadas para propor soluções para os diferentes riscos que as mulheres jornalistas enfrentam.

Os agentes políticos que trabalham para proteger as jornalistas mulheres devem considerar os desafios e as violências que as mulheres enfrentam nas esferas pública e privada.

Os agentes públicos devem combater a impunidade por crimes contra jornalistas mulheres. Para isso, suas estratégias precisam levar em conta as diferentes formas de violência que as jornalistas mulheres enfrentam. Esses agentes também precisam eliminar as barreiras que impedem que as mulheres tenham acesso à justiça.

Imagens: Fotos originais © Shutterstock. Ilustrações de Mariana Coan